quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

        Achei importante divulgar essa informação:
 
Fonte:
http://primalbrasil.com.br/sem-lentilhas-no-ano-novo-porque-ser-cauteloso-com-as-leguminosas/
 
 
        Sei que já faz vários dias desde a virada de 2013-2014, mas muita gente continua consumindo lentilha ao longo do ano, portanto me senti compelido a alertá-los do efeito potencialmente danoso à saúde do consumo da lentilha e outras leguminosas, quando preparadas de maneira popular.
        A lentilha, assim como outras leguminosas, é conhecida por ser nutritiva (oleaginosas são consideravelmente mais nutritivas e baixas em carboidratos) e rica em proteína. No entanto, as leguminosas são substancialmente menos nutritivas que alimentos de origem animal, porém, este não é o único aspecto que deve ser considerado ao consumir um alimento.
        As proteínas das leguminosas, grãos e alguns tipos de laticínios, chamadas lectinas, são tradicionalmente reconhecidas por possuírem um potencial imunogênico e alérgico muito alto.  Em outras palavras, elas são muito perversas para a saúde humana, para dizer o mínimo! Estas proteínas são muito difíceis de serem digeridas, sendo que as enzimas digestivas conseguem apenas digerir uma parte delas. A não ser que alguem consuma apenas alimentos de origem animal, um consumo mínimo de lectinas é inevitável.
        Os alimentos mais ricos em lectinas são os grãos, as leguminosas e alguns tipos de laticínios e solanáceas, estando presentes em menores quantidades em oleaginosas, tubérculos e outros vegetais. Algumas pessoas são mais sensíveis a elas do que outras, no entanto ela é um fardo para o sistema digestivo e possuí um potencial devastador para a saúde, se consumidas excessivamente.
        Nossos ancestrais sempre estiveram cientes que estes alimentos ricos em lectinas eram prejudiciais a saúde, mesmo não havendo dado um nome a eles. Tendo isso em mente, o homem primitivo desenvolveu técnicas sofisticadas de preparo destes alimentos para lidar diretamente com esta questão, podendo assim contornar este problema em determinados períodos como, por exemplo, em períodos de escassez de alimentos ou momentos oportunos, quando o consumo de alguns dos alimentos neolíticos* eram consumidos.
        Apesar de estarem presentes em grandes quantidades nas leguminosas é possível encontrar meios de contornar o problema, do mesmo modo como algumas populações primitivas faziam e até mesmo utilizar tecnologias modernas para este fim. Por exemplo, quando se deixa de molho as leguminosas por 24h somado ao cozimento em fogo alto e pressão, boa parte do problema é resolvido, o que torna estes alimentos muito mais propícios para o consumo humano.
        Não obstante, a quantidade excessiva de carboidratos destes alimentos pode ser um contribuinte para o ganho de peso e piora dos marcadores de saúde de muitas pessoas e seu consumo diário em detrimento ao consumo de alimentos de origem animal podem causar deficiência nutricional em vitaminas, minerais, gordura saturada e ácidos graxos essenciais omega 3 DHA e EPA. Em outras palavras, se estes alimentos forem consumidos, isso deve ser feito com muita cautela, pois indivíduos com menor tolerância a carboidratos podem ser prejudicados e indivíduos com maior tolerância podem desenvolver problemas imunológicos se não prepará-los corretamente.
        Elas estão presentes em todos os alimentos, porém em quantidades muito maiores nos grãos, especialmente o trigo, leguminosas, laticínios e solanáceas como, por exemplo, o pimentão, a berinjela e o tomate.
Nota* Grãos e leguminosas eram raramente consumidos por nossos ancestrais do período paleolítico.
tabela 1
                             Fonte:   http://ajcn.nutrition.org/content/33/11/2338.full.pdf+html
 

 Efeitos das lectinas no sistema nervoso.

        O potencial impacto no sistema nervoso debilitante, causado pelo consumo de leguminosas como a lentilha (no caso da lentilha é possível de ocorrer após 40min submetido ao fogo alto e algumas horas de molho na água), provavelmente deve-se ao fato de que as lectinas de leguminosas sobreviverem ao cozimento e podem facilmente cruzar a barreira hematoencefálica, uma membrana protetora  que impede que substâncias antígenas (tóxicas) no sangue entrem em contato com o sistema nervoso central e logo prejudiquem as funções cerebrais.
        As lectinas foram apelidadas de cavalo de tróia, por alguns pesquisadores, devido a sua capacidade de se ligar às proteínas dos alimentos e às bactérias intestinais, podendo assim transportá-las através da barreia intestinal.
        Assim que as lectinas passam da barreia do intestino, os fragmentos de bactérias intestinais e proteínas transportadas ativam as células T, que são sensíveis à mielina. Células T são um tipo de célula branca no sangue que exercem uma função importante no sistema imunológico, sendo ativadas para produzirem anticorpos como resposta antiinflamatória a invasores, ou seja, substancias tóxicas.
        Há um bom tempo cientistas já se sabem que as células T sensíveis a mielina possuem um papel importante no desenvolvimento da esclerose múltipla, pois iniciam a cascata de reações imunológicas que atacam a mielina, um tecido branco e gorduroso que forma uma bainha isoladora em volta de fibras nervosas neurais, com a função de acelerar a condução de impulsos nervosos. A bainha da mielina é fundamental para as funções normais do sistema nervoso, portanto quando as células T a ataca, ela é danificada, causando uma perda de suas funções e dos nervos axónicos, contribuindo assim para o desenvolvimento da doença.
bainha de mielina
 
Isso resulta em uma dor de cabeça e de estômago intensa e persistente, por isso recomendo a qualquer pessoa que se optar por consumir este alimento use a panela de pressão e não comum, após deixá-lo de molho na água por pelo menos 12 horas! De acordo com alguns estudos (link, link) as lectinas de leguminosas são amplamente reduzidas por meio do método de cozimento a pressão assim como um aumento acima de 6% na digestibilidade da proteína.
Para mais informações sobre a relação entre as lectinas e o desenvolvimento da esclerose múltipla assista esta palestra do Dr. Loren Cordain também e sua palestra completa:

 Experimento real                                     

       A base de nossa alimentação contemporânea, no Brasil e em países industrializados, são os grãos, leguminosas e laticínios, que se tornaram a base da dieta, por questões políticas e econômicas. As pessoas não costumam utilizar essas práticas realizadas por populações primitivas para neutralizar as lectinas e os antinutrientes destes alimentos. O leite pasteurizado é consumido em abundância, sem passar pela tradicional fermentação feita em populações tradicionais em sua forma natural, sendo que boa parte dos leites vendidos são agora desnatados, a nova aberração moderna, pobre em nutrientes, com baixa digestibilidade e associado à diversos problemas de saúde (link).
       Já a lentilha é normalmente cozida na panela por pouco tempo, sem o devido preparo e outras leguminosas muitas vezes não são deixadas de molho antes do cozimento, são refogadas com óleo de sementes processadas, na maioria dos casos. Novamente, sem mencionar a questão do consumo excessivo de carboidratos e inferioridade nutricional destes alimentos com relação a alimentos de fonte animal.
       Infelizmente tive o desprazer de passar mal na maioria das vezes que consumi lentilha no ano passado. Já testei em torno de uma dúzia de vezes e por isso não posso deixar de compartilhar  o efeito potencialmente danoso do consumo deste alimento. Seguem os dois métodos de preparo que utilizei para consumi-la:
  •  200g de lentilha, cozida por 40-50 minutos no fogo alto após deixá-las por 12 horas  de molho na água.
  •  200g de lentilha, cozida por 1h no fogo alto após deixá-las de molho por 2-3 dias de molho na água.
No primeiro caso, uma séria de efeitos colaterais foram causados. Houve diarréia, dores intestinais e uma forte dor no estômago parecida com a que sentimos quando consumimos algo estragado, além de um forte efeito no sistema nervoso causando profundas dores de cabeça. É uma sensação similar a de espasmos por algum tóxico, os pensamentos ficam mais lentos e a dor de cabeça é intensa! Isso ocorreu como resultado do consumo da lentilha preparada da maneira “tradicional”, ou seja, 40 a 50 minutos de cozimento a fogo alto sendo deixado de molho previamente por 12 horas.
Já no segundo caso a semente chega ao ponto de começar o processo de germinação como na foto abaixo:
sprouted lentils
 
          A imersão adequada durante o tempo certo é essencial para neutralizar as toxinas e os antinutrientes naturais dos grãos e das leguminosas. Existem estudos demonstrando a eliminação das lectinas das leguminosas, inclusive um estudo feito com a lentilha cozida após a germinação.  Eles constaram que este método elimina praticamente todas as lectinas da lentilha.
          Neste estudo a germinação seguida de um cozimento a pressão (120°C) forneceu os melhores resultados, reduzindo drasticamente as lectinas e o ácido fítico de feijões, embora ao compararem um método com o outro (germinação/pressão) o cozimento a pressão se provou mais eficiente.
Não obstante, devido a natureza sensível ao calor das lectinas fitohemaglutininas, dos inibidores de tripsina e das sapopinas que são agentes protetores dos grãos contra predadores, tóxicos aos mamíferos e insetos,  elas foram reduzidas a níveis praticamente indetectáveis somente com o cozimento a pressão.
        A germinação e a fermentação é uma técnica antiga e tradicional utilizada por populações primitivas para neutralizar previamente as lectinas e antinutrientes. A germinação consiste na imersão dos grãos em água por horas, provocando a germinação destes grãos. Se você escolher por manter estes alimentos na sua dieta, utilizar-se destas técnicas, praticadas por diversas populações tradicionais, somadas ao cozimento a pressão, podem eliminar as lectinas destes alimentos.
         Caso a não seja utilizado uma panela de pressão, o melhor a fazer é germinar a lentilha por mais de 24h após cozinhá-la em torno de 1 hora, porém lentilhas germinadas como no primeiro caso do meu experimento possuem um gosto similar ao gosto de uma planta e não de “amido” como no caso do feijão ou da lentilha cozida sem ser germinada (a mesma  que me detonou por horas!)
         Também temos o problema do acido fítico que é alto em grãos e leguminosas e que é apenas reduzido com o cozimento sem pressão e junto com a germinação, mantendo assim uma parte dos minerais dos grãos inacessíveis, por causa do ácido fítico. A eliminação ou redução drástica dos níveis de ácido fítico somente é possível com a fermentação ou com o cozimento à pressão após um período de pré-germinação. Em outras palavras, você pode eliminar a maior parte de todos os problemas, por meio do cozimento à pressão após um período de pré-germinação.
          O gosto da lentilha ou qualquer outra leguminosa germinada antes do cozimento fica parecido com o das plantas, portanto para preservar o gosto saboroso do amido é preciso deixar de molho por no máximo 24h e em torno de 12h para a lentilha antes de ser cozida à pressão.
         Por outro lado, se o objetivo é seguir uma dieta low-carb, o melhor a fazer seria comer vegetais, como por exemplo, um brócolis na manteiga e alho, que por sinal é muito mais prático de preparar e consumir. Seguramente é mais fácil consumir brócolis, cogumelos, ou outros vegetais para obter os nutrientes e evitar o risco de consumir muitos carboidratos, lectinas e antinutrientes de leguminosas mal preparadas.
         Outra opção mais viável para consumir amido são os tubérculos ricos em amido que possuem uma boa distribuição de nutrientes e níveis extremamente baixos de acido fítico, além de serem muito mais práticos e deliciosos que leguminosas germinadas, que possuem um gosto de planta. Tubérculos são pobres em antinutrientes e possuem níveis inferiores de lectinas, pois não precisam se defender de predadores mamíferos como os grãos e as leguminosas, além de ser possível selecionar uma quantidade mais adequada para que você não exceda seu limite diário de consumo de carboidratos, em comparação com as leguminosas.
batata_doce
 Consumir um deste por refeição ou dois de noite, além das verduras é compatível com um objetivo de atingir em torno de 100g de carboidratos por dia.
 
        Para aqueles que possuem boa tolerância a carboidratos, tubérculos como a batata doce, o cará e o inhame são mais nutritivos e possuem consideravelmente menos carboidratos que leguminosas e grãos como o arroz (em torno de 50%), por exemplo, e possuem um alto valor de saciedade por caloria. Apesar da batata doce também possuir lectinas elas são reduzidas drasticamente com o cozimento tradicional e geralmente não causa problemas como no caso de leguminosas, devido à abundância de antinutrientes da última.
         Como já mencionei, certas lectinas da lentilha e outras leguminosas são capazes de danificarem o trato intestinal, se prendendo à ele e podendo atravessar a mucosa intestinal e entrar na circulação. As leguminosas também são ricas em inibidores de tripsina, que são muito resistentes ao cozimento tradicional, portanto exercem sua funções naturais de inibirem estas enzimas digestivas como proteção contra o consumo de predadores.
         A tripsina é uma das principais enzimas digestivas do corpo humano, portanto, quando é impedida de ser utilizada para a digestão, pelos inibidores de tripsina, problemas na digestão do alimento ocorrem (falarei mais sobre os inibidores de esta e outras enzimas na segunda parte do artigo). Em outras palavras, quando estes inibidores de enzimas estão presentes nos grãos ou leguminosas preparados de maneira incorreta, eles impedem que a estas enzimas exerçam suas funções digestivas, ou seja, não é à toa que aquela feijoada de quarta feira não pegou bem!
          Já raízes (beterraba, inhame), possuem menos carboidratos, são mais nutritivos e foram consumidos por diversas sociedades primitivas e provavelmente por nossos ancestrais do período paleolítico também. Ao contrário das leguminosas que eram dificilmente consumidas, eles dificilmente geram reações adversas similares as leguminosas, são mais práticos e não necessitam de uma panela de pressão para seu preparo. Mais adiante, nós não evoluímos como espécie consumindo leguminosas e muitos carboidratos, portanto, novamente é preciso tomar muitas precauções para que possamos digerir estes alimentos de maneira mais eficiente, caso o consumo destes alimentos seja cogitado, além de, é claro, nos atentarmos para não consumirmos excessivamente carboidratos provenientes de qualquer alimento.
            Por fim, existem também outras opções de alimentos de fonte vegetal, mais nutritivas, práticas e com menos carboidratos: são as oleaginosas, que apesar de serem ricas em ácido fítico* são substancialmente mais nutritivas e ricas em fitoquímicos.
Fiquem atentos à segunda parte que irei postar durante as próximas semanas. Boa semana a todos!
 
*Castanha do pará é uma das oleaginosas mais ricas em ácido fítico, contendo de 2 a 3 vezes mais do que a as amêndoas, por exemplo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Câncer x açúcar



          Mais um paradigma e que realmente me interessa, pois em minha família há diversos tipos de câncer e por isso tento levar uma vida o mais natural possível com escorregões ainda...

          http://www.youtube.com/watch?v=dHng1zcuDJI


           Após algumas pesquisas encontrei esse vídeo e achei bem interessante, ele mostra que pacientes com câncer em geral recebem a indicação de uma dieta cetogênica e o sucesso que ela ocasiona. Muitas pessoas com pré disposição genética também são indicadas a realizá-la. como tantos outros posts em meu blog esse é um assunto bem divergente entre o meio da nutrição e da medicina. Mas ao meu ver acredito ser uma solução. Pois o câncer se alimenta da glicose, e em um corpo cetônico ele não teria o que comer. Vamos abordar assuntos relacionados ao açúcar na dieta....
 
 
          A secreção de insulina é completamente controlável - a abordagem "Low Carb".
          Não temos controle sobre os genes com os quais nascemos, mas podemos ter controle total sobre a quantidade de insulina que secretamos. Como isso é possível?
Como já vimos, o estímulo primário para a secreção de insulina é o aumento da glicose no sangue. Os carboidratos da dieta, após a digestão, são absorvidos na forma de açúcares simples, e de uma forma geral acabam todos produzindo o aumento da glicose no sangue e portanto da insulina.
          Mas os carboidratos não nascem todos iguais. O efeito dos carboidratos sobre a insulina serão tanto maiores quanto mais rapidamente forem digeridos e absorvidos. Assim, por exemplo, as fibras vegetais, embora tecnicamente sejam classificadas como carboidratos, não são digeríveis, e portanto não alteram a glicose ou a insulina de forma significativa.
Os seguintes alimentos elevam a glicose (e a insulina) rapidamente (diz-se que tem "alto índice glicêmico"): açúcar (doces), qualquer coisa feita com farinha (pão, biscoitos, massas), cereais, carboidratos líquidos (refrigerente comum, sucos de fruta, cerveja) e amidos (batata, arroz, milho, aveia).
          É importante ressaltar que os amidos (presentes no trigo, batata e arroz, por exemplo), embora não sejam doces ao paladar, são compostos por moléculas de açúcar. Para deixar bem claro: do ponto de vista de açúcar no sangue e insulina, comer 1 pãozinho de 50 gramas ou 50 gramas de glicose pura não tem nenhuma diferença.
          Estes alimentos são as calorias mais baratas que existem. Agora, com este novo paradigma, paradoxos deixam de ser paradoxos. Por exemplo, este é o motivo pelo qua a obesidade está associada à pobreza e não à fartura.
          Estudos mostram que os carboidratos estimulam a mesma "área da recompensa" no cérebro que é estimulada pelas drogas ilícitas e pela nicotina do cigarro. Adicione-se a isso o fato de que pessoas com insulina constantemente elevada não tem como acessar a sua gordura para usá-la como energia.    Assim, quando a glicose do sangue se esgota, surge o desejo itenso de consumir mais calorias, e preferencialmente carboidratos. É um ciclo vicioso perfeito: os alimentos que nos engordam provocam o desejo de consumir mais alimentos que nos engordam.

          Minha nutricionista falou que PRECISO dos carbs , pois sem eles meu cérebro pararia de funcionar.......0.o isso já começou me desestimulando....pois já fiquei 3 meses com carbs por volta de 20 grs e não tive nenhuma perda de memória. Tá mas vamos a mais uma explicação....

O cérebro não precisa de glicose? O jejum mais longo da história : http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2013/01/o-cerebro-nao-precisa-de-glicose-o.html
          Um leitor me perguntou sobre a questão da glicose e do cérebro. Acontece que muitos nutricionistas explicam que a dieta low carb prejudica o funcionamento do cérebro, já que o cérebro funciona exclusivamente à base de glicose. Mais do que isso, explicam que é necessário consumir no mínimo 120 gramas de carboidratos (cerca de 500 calorias) por dia, pois o cérebro consome cerca de 20% de toda a energia do corpo - e só na forma de glicose.
 
          Esta questão é fascinante por vários motivos. O principal, ao meu ver, é expor o quão primitivo e rasteiro é o pensamento "científico" destas pessoas. Vejamos primeiro alguns fatos:
  • A glicose normal no sangue varia de 70 a 100 mg/dl
  • Valores abaixo de 70 são considerados hipoglicemia
  • Valores abaixo de 50 costumam estar associados com sintomas (confusão mental, tremores, convulsões)
  • Valores abaixo de 10 podem provocar coma e morte
  • Com poucos minutos sem glicose no sangue, uma pessoa entre em coma.
Ok, de fato parece que o cérebro depende de glicose para viver. Mas então, você observa o seguinte:
  • Populações como os Esquimós e os Masai têm uma dieta com praticamente zero carboidratos, e gozam de perfeita saúde, e grande acuidade mental;
  • Este que lhes escreve passa a maior parte do tempo com consumo de carboidratos abaixo de 30g por dia; ainda assim, milagrosamente ainda consegue raciocinar e escrever estas linhas.
          Então, como deveria proceder qualquer pessoa com meia-dúzia de neurônios, mas com pouco ou nenhum conhecimento de bioquímica? SIMPLES: "minhas teorias sobre o cérebro dizem que ele depende de carboidratos; os esquimós, o Dr. Souto e seus leitores não consomem carboidratos; no entanto, eles não estão em coma; portanto, minhas teorias estão NECESSARIAMENTE erradas ou incompletas. Vou estudar um pouco e comer menos carbs para tentar curar minha ignorância."
 
          Mas não é o que se vê. O que se vê na comunidade da nutrição e na comunidade médica é o seguinte: "minhas teorias sobre o cérebro dizem que ele depende de carboidratos; os esquimós, o Dr. Souto e seus leitores não consomem carboidratos. MAS ELES TÊM QUE CONSUMIR! Meu professor na faculdade disse que era assim. Então, o Dr. Souto está mentindo e os Esquimós não existem, pois minha teoria está certa e simples fatos não irão mudar isso".

           Vocês percebem? Não é necessário saber o COMO e o PORQUÊ os carboidratos são desnecessários na dieta - o simples fato de saber que muitas pessoas (além, é claro, da totalidade dos nossos antepassados) passam a maior parte da vida sem consumir nenhum carboidrato e sobrevivem já PROVA que os carbs são desnecessários. A verdadeira ciência consiste em buscar as teorias que melhor expliquem os fatos, e não os fatos que corroborem nossas teorias pré-concebidas.

            Mas eu não vou deixá-los em suspense. Eis o que permite que eu lhes escreva este artigo (e permaneça vivo!) sem ter comido carboidratos:
  • O cérebro efetivamente precisa de glicose, MAS ninguém disse que esta glicose precisa vir da comida;
  • Se nossos antepassados precisassem comer carboidratos a espécie humana estaria extinta, pois, como vocês sabem, os carboidratos eram escassos no paleolítico;
  • Assim, o simples fato de estarmos aqui hoje já indica que nosso corpo é capaz de sintetizar glicose a partir de outros macronutrientes;
  • Como já referi em outras partes do blog, existem aminoácidos essenciais e gorduras essenciais, mas não existe NENHUM carboidrato essencial - ou seja, trata-se de um nutriente COMPLETAMENTE opcional na dieta humana. E por quê? Porque senão teríamos sido extintos há 2 milhões de anos. Deu para entender a lógica circular?
  • Nosso fígado é capaz de fabricar 200g de glicose por dia, mais do que os 120 que o cérebro precisa.
  • Além disso, quando passamos a utilizar gordura como fonte de energia (capacidade esta que temos, caso contrário eu, os esquimós e nossos antepassados morreríamos), produzimos corpos cetônicos.
  • Os ácidos graxos (gorduras) não podem chegar diretamente ao cérebro, pois são moléculas grandes, mas os corpos cetônicos podem. Os neurônios podem metabolizar perfeitamente os corpos cetônicos. Aliás, há estudos in vitro que mostram que o combustível preferido dos neurônios são os corpos cetônicos, e não a glicose.
  • Em pessoas ceto-adaptadas (que estão acostumados a queimar gordura para energia), o cérebro deriva apenas metade de sua energia na forma de glicose - o restante vem de corpos cetônicos.
Eu poderia encerrar aqui, mas eu quero colocar o último prego nessa questão

Você sabe qual o recorde de jejum? Qual o jejum mais longo jamais registrado?

382 dias

Isso mesmo, 382 dias sem comer nada. Foi registrado no Guinness de 1971, e está minuciosamente relatado em um artigo médico publicado em 1973. Olhem que coisa fantástica:


Tratava-se de um paciente de 27 pesando 207 Kg que apresentou-se ao médico (Dr. Stewart, na Escócia) no final da década de 1960 para emagrecer. A ideia original era conduzir um jejum de alguns dias, sob supervisão médica, mas como o paciente adaptou-se incrivelmente bem ao jejum, o experimento foi prolongado. O paciente consumia líquidos não calóricos à vontade, e multivitamínicos e eletrólitos. No início, ele permaneceu internado, mas depois apenas fazia visitas ambulatoriais. 

Em 382 dias, houve uma perda de 125 Kg (média de 325g por dia), culminado em um peso final de 81 Kg. Cinco anos após o jejum, o paciente ainda mantinha um peso de 88 Kg.



Bem, este paciente não apenas ficou MAIS DE UM ANO sem comer carboidratos, ele ficou 382 dias sem comer NADA. E o cérebro?? Os nutricionistas não afirmam que você precisa comer 6 servidas diárias de pães, massas, bolos, cereais, arroz, batata, caso contrário seu cérebro não terá energia? Pois é...

Este é o gráfico da variação da glicose durante os 382 dias. E sim, você não está vendo errado: durante os últimos 8 meses, a glicose do paciente permaneceu perto ou abaixo de 30 mg/dl. E ele estava muito bem, vinha e voltava da consulta a pé. Não tremia, não passava mal, não estava em coma. Como é possível?? Bom, já sabíamos que era possível, se não nós não estaríamos aqui - nossos antepassados passavam por períodos de jejum, e sobreviviam graças aos corpos cetônicos - ou vocês realmente acham que os homens das cavernas faziam uma refeição (de carbs) a cada 3 horas?


 
Olhe de novo o gráfico e LEMBRE: o cérebro consegue viver com um mínimo de glicose, quando pode usar corpos cetônicos em seu lugar. Olhe de novo e LEMBRE de novo: o cérebro NÃO depende exclusivamente de glicose - precisa apenas de um pouco, e fígado pode produzir MUITO mais que esta necessidade. No mundo atual, uma pessoa que passou a vida inteira comendo carboidratos de 3/3 horas atrofiou sua capacidade de usar gordura como combustível. Assim, se ficar umas horas sem comer, desmaia. Mas isto é um estado doentio que só existe na nossa sociedade doentia. Seres humanos saudáveis e ceto-adaptados (adaptados e consumir gordura e corpos cetônicos como fonte de energia) toleram a ausência de açúcar e períodos de jejum como QUALQUER outro animal.

Infelizmente, a maioria dos médicos e nutricionistas têm uma inabalável nos errôneos e dogmáticos conhecimentos que aprenderam sobre nutrição. E a palavra é essa: . E, como dizia Carl Sagan: 

"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar."

          Ou seja, já aprendemos que o açúcar é um vilão; sua ligação com o câncer ainda é discutida, mas isso já é o início, agora vem outra questão:

Pensando nisso tudo como ficariam as frutas??? essa é minha maior dúvida. Para visão paleo dependeria de seu objetivo... Vamos a explicação: http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2012/01/quais-frutas-comer-e-em-que-quantidade.html
 
Quais frutas comer, e em que quantidade?
 
Carnes (de qualquer tipo) e hortaliças podem ser consumidas em qualquer quantidade, de acordo com a fome. Mas e as frutas? Resulta que o assunto frutas é mais complexo do que parece à primeira vista. E os autores divergem em suas recomendações. O Dr Loren Cordain, por exemplo, recomenda consumir frutas à vontade, pois são saudáveis, ricas em nutrientes, e dificimente seriam consumidas além da conta. O Dr. Atkins eliminava completamente as frutas das fases iniciais de sua dieta. Robb Wolf considera as frutas como as "guloseimas da natureza", que devem ser consumidas em pequenas quantidades, e de forma esporádica. Como conciliar estas opiniões? Afinal, nossos antepassados paleolíticos não consumiam frutas? Bem, vamos abordar estas questões uma a uma.
  1. As frutas do paleolítico não são as mesmas de hoje. A humanidade, por milhares de anos, selecionou, através de cruzamentos seletivos e outras técnicas, as frutas com maior quantidade de açúcar e, portanto, mais saborosas. Basta comparar frutas silvestres com as variedades cultivadas, e você verá imediatamente que as frutas silvestres são muito menos doces, menores e mais ácidas. E, não por acaso, muito mais ricas em nutrientes. Nunca subestime o poder dos cruzamentos seletivos induzidos pelo ser humano. Lembre-se de que o mesmo processo permitiu ao ser humano criar um poodle a partir de um lobo em poucos séculos. Uma laranja de umbigo está para uma fruta silvestre assim como um poodle está para um lobo.
  2. As frutas do paleolítico não estavam disponíveis em grande quantidade, e no ano inteiro. Às vezes nos esquecemos, mas não havia pomares nem mercados no paleolítico. As pessoas consumiam algumas frutas silvestres, e não 3 potes cheios de salada de frutas (modernas e doces). E o faziam apenas quando encontravam uma árvore frutífera. E o faziam apenas na época em que havia frutas. Sim, pois temos de lembrar que não havia frigoríficos no paleolítico, de modo que as pessoas consumiam frutas frescas de forma sazonal, e não todos os dias, o ano inteiro.
  3. As frutas não são todas iguais. Há frutas com grande quantidade de açúcar e pouca fibra, e há frutas muito nutritivas e com baixo índice glicêmico.
  4. As pessoas não são todas iguais. Há pessoas diabéticas, que precisam evitar o açúcar. Há pessoas que precisam perder muito peso ou que tem dificuldade para perder peso, para as quais alimentos que elevam a insulina (é o caso de algumas frutas muito doces) serão contraproducentes. Há outros pacientes que desejam fazer uma dieta paleolítica apenas para melhorar a sua saúde e bem estar, mas que não precisam perder muito peso e para as quais não há necessidade de restringir nenhuma fruta.

Confuso?? Sim, é realmente um assunto complexo. Vamos tentar simplificar ao máximo, com as seguintes regras gerais:

- Se você não precisa perder peso, e apenas quer melhorar sua saúde com a dieta páleo: consumir frutas à vontade (juntamente com carnes, ovos e hortaliças).
 
- Se você precisa perder peso ou já tem resistência à insulina (glicose no sangue já se alterando, mas ainda sem diabetes), consumir frutas com moderação, sabendo-se que as seguintes frutas são as que menos alteram a glicose e a insulina:  Morangos, Mirtilo (blueberry), framboesas, amoras, pitangas são as frutas que menos contém açúcar
  • Ameixas, melão, pêssegos e nectarinas, laranjas, bergamotas, maçãs, peras e papaya contém níveis moderados de açúcar. E nesta ordem (ameixas e melão contém menos açúcar)

- As seguintes frutas contém muito açúcar, devendo ser consumidas em pequenas porções, ou por pessoas que tolerem uma quantidade maior de carboidratos: bananas, figos, uvas, manga, abacaxi e melancia. Mas lembre-se, é tudo uma questão quantidade. Uma bergamota ou um pedaço de mamão (ao invés de uma metade inteira) terá pouco impacto. Já uma única banana, por exemplo, contém cerca de 24g de açúcar.
Na minha opinião, as frutas vencedoras são os morangos. Saborosos, nutritivos, disponíveis. Para consumir a quantidade de açúcar de uma banana, você precisaria comer 25 morangos! E a carga de nutrientes seria muito maior. Uma sobremesa deliciosa (que embora não seja páleo, é de baixo carboidrato) são frutas vermelhas com nata doce (adoçada com adoçante, evidentemente; sugiro sucralose).
Ameixas e pêssegos são boas opções para sobremesas. Estou falando das frutas naturais, e não de conservas ou ameixas secas.

Frutas não são bons lanches. Pelo mesmo motivo que você não deve beber de estômago vazio (o álcool é absorvido mais rapidamente), você não deve comer frutas de estômago vazio (o açúcar no sangue vai subir mais rapidamente, e você vai ficar com FOME 1 ou 2 horas depois, quando o açúcar no sangue baixar). Lanche low carb é feito de proteína e gordura (queijo, presunto, salame, etc.).

Não poderia deixar ainda de mencionar as frutas virtualmente SEM açúcar: abacate e coco. Um abacate inteiro tem o açúcar de 2 ou 3 morangos. Você pode raspar o interior de um abacate, colocar num xícara com um pouco de limão e umas gotas de adoçante (sucralose) e está feita a sobremesa/lanche. O mesmo vale para o coco. Tome cuidado para comprar coco ralado não adoçado! Você pode misturar com leite de coco, adoçar com sucralose, e você terá uma cocada low carb.
 
          Apesar de ainda não ter uma opinião totalmente formada sobre o açúcar e usar de vez em quando um mel ( hum....) venho diminuindo cada vez mais de minha dieta alimentos com alto índice glicêmico e também outros que são anti-nutrientes ( como o feijão).
 
Bjs e continue buscando seu equilíbrio, o melhor caminho para nós sempre é o imposto pela grande maioria.
         


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Minha atual dieta.

         

          Oiieeeeeeeeeee, sei que sumi durante um tempo, mas voltei e tentarei postar sempre que possível. Vamos agora contar como anda a dieta, os treinos, a vida....fofocar um pouco ;).
 
          Gente desde junho de 2013 como muitas pessoas sabem retirei o glúten, leite e derivados. Andei dando algumas escorregadas, na verdade durante esses 8 meses foram bem poucas e isso é algo que me deixou muito feliz =D. Comecei a tentar fazer a dieta paleolítica focada no low carb, reduzindo bem os carboidratos, mas comecei a perceber que meu intestino não vinha funcionando bem (estava bem solto não entrarei em maiores detalhes rsrsrs), fiquei com medo de não estar absorvendo todos nutrientes necessários. Aí resolvi buscar uma nutrológa que seguisse uma linha próxima ao que acredito. A Dr. Alice Amaral é especializada em nutrição esportiva, além de ter sido aluna do Dr. Lair Ribeiro e vem me acompanhando desde então. Sinto-me bem melhor com o estilo de vida que sigo hoje, mas ainda não alcancei o que desejo. Minha meta é alcançar 18% de Bf ( Body fat), pois me sinto melhor estando mais sequinha.
 
          Não sei se vocês lembram eu estava ficando mais sequinha, mas em fevereiro de 2013 vieram as férias do maridão e consegui engordar pasmem: de 63,8 fui parar em 73,400 uallllllllll =/. Hoje em dia estou pesando 69,0 kg bem longe do que eu almejo.
 
           Vamos para dieta que a nutrológa me passou:
 
PROIBIDO:
 
-açúcar ( refinado; mascavo; mel etc.)
-frutas cristalizadas; compotas
-chocolates; sorvetes; bombons; tortas; doces; balas
-bebidas alcoólicas; refrigerantes; caldo de cana
-frituras; margarina; óleos vegetais ( soja; girassol; arroz; milho; canola)
-leite e derivados
-glúten ( aveia/trigo/cevada/centeio/malte)
-sal refinado
-molhos industrializados
-pele de frango; miúdos; vísceras; linguiça; salame; mortadela
-soja
 
PERMITIDO:
- curry usar sempre; pimenta; temperos em geral sem ser industrializados
-água de côco;
-ovo
-quinoa
-legumes, verduras à vontade
-frutas
-leite de alpiste
-oleaginosas
 
Chá sem açúcar à vontade
adoçante : apenas o stevita e assim mesmo usar bem pouco
 
Desjejum#
-suco vegetal
-pão sem glúten
-manteiga de azeite
-ovo caipira
-fruta
-quinoa
 
Colação#
água de coco
oleaginosas
 
Almoço#
arroz
feijão
carne magra
legumes
verduras
ovo caipira
linhaça
sobremesa: fruta com canela
 
Lanche#
suco verde ou limonada
pão sem glúten
frango
fruta
 
Jantar#
sopa de carne
legumes
verduras
ovo caipira
sobremesa: fruta com canela
 
Ceia#
leite de alpiste
 
Receitas:
 
suco de vegetal:
-2 raízes: o que vem sob a terra ex: batata doce; inhame; mandioca; rabanete etc. colocar 1 pedaço de cada.
 
-2 legumes: o que está acima da terra ex: abóbora. chuchu; vagem; pepino; tomate; berinjela; moranga colocar 1 pedaço de cada.
 
-2 folhas: couve; alface; agrião; repolho; etc.
 
-2 frutas + limão
 
Acrescentar  água, bater e não coar. tomar imediatamente.
 
suco verde:
suco de limão+ maça verde+ gengibre+ verduras
 
No lugar do pão eu adaptei as panquecas.
 
        Com essa dieta, apesar deu não ter seguido ela 100% , ( continuei tomando meu vinho às vezes; não usei no início o leite de alpiste; não usei o suco verde; o suco de vegetais eu uso, mas não todos os dias, continuei usando mel às vezes....o restante eu fiz), realmente meu intestino melhorou bem..  Não venho seguindo a risca tudo isso, simplesmente não consigo comer essa quantidade, até conversei com a nutrológa e com a nutricionista da equipe dela, mas ambas falaram que eu preciso. Por isso venho pensando em focar mais na dieta paleolítica, retirando os grãos; leguminosas; e focando nas proteínas; verduras; legumes (comida de verdade) e diminuir um pouco as frutas nesse início. Pois olhando a dieta que ela me passou de tudo não é ruim, baseado no que acredito.
 
           Voltarei por aqui para contar como estou indo e as adaptações que farei, mas por enquanto não estou pensando em desistir de ir nela ....veremos.
 
OBS: esqueci de contar que como voltei a estudar, comecei a ir menos aos treinos....sei que mereço um puxão de orelhas.....0.o.... depois de quase 1 mês parada voltei com tudo yeahhhhhhhhhhhh me sinto bem melhor, adoro treinar!!!!! a sensação depois de uma aula de boxe ou de spnning é maravilhosa....meu dia se completa.
 
 
 
 
Bjos e equilíbrio para todos.